domingo, 12 de maio de 2013

As conquistas de três mães empreendedoras


Com tantos desafios e novidades que só uma criança nova em casa pode trazer, um negócio próprio pode significar para as mães a oportunidade de estar mais próximas dessas mudanças. Não é à toa que a cada dia surgem mais mulheres interessadas em empreender. Dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2012 mostram que as mulheres representam 49,6% dos empreendedores iniciais brasileiros, cerca de 9,2 milhões de mulheres no comando de suas empresas.
Em depoimentos a Pequenas Empresas & Grandes Negócios, três delas contam os desafios que enfrentaram para montar seus negócios, como conseguiram, com isso, passar mais tempo em casa e estar mais presentes no crescimento dos filhos.
Alessandra Piu Sevzatian, 41 anos, investiu em um site de aluguel de brinquedos.
É mãe da Mariana, 6 anos:
“Sou publicitária e trabalhei nesse mercado por 15 anos. Gostava do que fazia, mas nunca sabia a que horas chegaria em casa. Quando a Mariana nasceu, em 2007, eu queria voltar para casa e ficar com ela. Comecei a pensar em abrir um negócio durante a licença-maternidade, mas percebi que para empreender é preciso tempo, organização e planejamento. Sempre pensei no universo infantil e tinha feito uma pós-graduação na área anos atrás, sem imaginar que ela me ajudaria depois.
Com a vinda da Mariana, tive certeza de que queria empreender na área. Em uma viagem de férias com meu marido à Europa, conhecemos lojas de brinquedos educativos feitos de madeira, ainda raros no Brasil. Conheci também uma empresa de aluguel de brinquedos. Achei genial e guardei a ideia. Na época, eu trabalhava numa produtora online com a Ana Fauaz, minha sócia hoje. Ela se encantou com a ideia e sugeriu investir em algo sustentável.
Passamos a planejar um site de aluguel de brinquedos. Fizemos um plano de negócios realista. A aposta era grande: abriria mão de um salário fixo até que o investimento desse retorno. Estava trazendo para o Brasil um modelo inovador. Deixei meu emprego em abril de 2011 para me dedicar à Joanninha, empresa que fundei com a Ana em julho daquele ano.
É um serviço online e oferecemos frete gratuito para a entrega dos brinquedos. A criança fica com ele por 30 dias e depois tem a opção de trocar. A ideia é estimular a experiência com diversas brincadeiras. Também alugamos para festas, eventos e até para encontros com os amigos em casa. Começamos com 50 brinquedos fixos e hoje temos mais de 300. Contamos com 50 assinantes fixos – que alugam todo mês.
Ao empreender, equilibrei minha vida profissional com a pessoal. Pela manhã, fico na empresa e à tarde, em casa. Consigo pegar minha filha na escola e ir com ela a festinhas. Minha vida mudou completamente. Hoje sou uma mãe que brinca mais do que antes, pela qualidade e pelo tempo que tenho com ela. Ser mãe não impede ninguém de empreender e ter sucesso profissional. Há vários caminhos. Você só precisar se adaptar.”

Aline Florenzani, 32 anos, investiu em uma franquia da Seguralta. É mãe de Carlos, 13 anos, e de Victor, 6 anos:
“Meu filho caçula tinha quatro anos e o mais velho, 13, quando tive um desejo enorme de começar a trabalhar. Até então, eu cuidava da casa e acompanhava de perto a educação deles. Como não tinha experiência profissional nem conhecimento específico, comecei a procurar franquias com o meu marido. A franquia era a opção segura, exatamente por me oferecer um suporte. Optei pela Seguralta, uma rede do mercado de seguros, porque eu poderia trabalhar de casa sem me distanciar das crianças – e porque meu marido conhecia a área e poderia me ajudar no negócio.
Com um investimento de R$ 10 mil, montei uma estrutura home based em março de 2010. No começo foi difícil porque tive de aprender a conciliar a vida de mãe com as novas funções e à noite ainda estudava. Fiz cursos e consegui tirar a SUSEP [documento de certificação da área de seguros].
Conseguimos clientes e o negócio cresceu mais rápido que o esperado. Em novembro do mesmo ano, aluguei uma sala e contratei duas funcionárias. Meu marido está sempre presente e ajuda diretamente. É um desafio conciliar todas as atividades, mas nunca deixo de me dedicar aos meus filhos. Se há reunião na escola, organizo meu horário para ir. Se tenho de levá-los ao médico, levo. Consigo fazer meus horários.
Quando você tem filhos, a responsabilidade de levar um negócio é muito maior. Você vai acabar correndo realmente atrás, fazer de tudo para dar certo, pensando no futuro que quer dar para eles. É uma motivação a mais, porque você sabe que só depende de você para dar certo.
Meu maior desafio é continuar crescendo. Quero estruturar melhor as funções, contratar mais funcionários e captar mais clientes. Tudo isso de forma planejada, pois pretendo ser mãe de novo. Meu sonho é ter três filhos.”

Cristina Buchain, 49 anos, empresária e consultora de festas infantis. É mãe de Victor, 17 anos:
“Sempre trabalhei com decoração e artesanato. Fazia cursos e produtos diversos, mas nada direcionado. Também cursei matemática, para ter um suporte administrativo – e porque gostava muito. Depois de me formar, comprei uma casa de festas. Desde o início, a proposta era promover festas menos barulhentas, com comida caseira e visual com temas diferentes e mais artesanais.
Como meu filho só tinha um ano, foi muito difícil, pois eu trabalhava demais. Queria estar com ele, mas tinha de trabalhar e acabei ficando muito distante do Victor. Sobrevivi porque o buffet em pouco tempo começou a ir bem e consegui contratar mais funcionários para me ajudar.
Durante os 13 anos em que o buffet funcionou, muitas pessoas me procuraram para saber como eu trabalhava e fazia festas diferentes. Foi então que tive a ideia de estruturar um novo negócio: porque não promover um curso para ensinar as pessoas a montar suas próprias festas? Eu mostraria a minha experiência e todas as opções de negócio que o universo de festas infantis oferece.
Em 2011, abri a empresa e comecei as aulas da primeira turma do curso “Como Realizar Festas de Sucesso”, em São Paulo. Mais de 50% dos meus alunos são mães, que querem empreender – seja para ficar mais perto do filho ou por não estarem satisfeitas no trabalho atual. Esse universo as encanta. Coisas de criança chamam a atenção quando você tem um filho. Por isso mesmo, muitas se jogam sem se preparar.
O meu curso é de orientação. Mostro a decoração, os brinquedos, a relação com os fornecedores, festas mais baratas. O mais motivador é acompanhar o nascimento de carreiras novas e receber ligações e e-mails de mulheres que conseguiram empreender. Tenho duas assistentes, uma sócia e a equipe de suporte (assessoria e divulgação). Estamos aumentando a estrutura e convidando parceiros para complementar a formação.
Às mães, sempre dou dicas para tentar não se envolver completamente no negócio. Em alguns casos, elas buscam a empresa própria para ficar mais perto dos filhos e o resultado é o inverso. Aconselho a montar uma estrutura com gerente e funcionários de apoio. Minha dica é: conheça o mercado, estude as possibilidades e faça o que você realmente pode.”
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Fonte: PEGN


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